abril 10, 2009

žibutė


A menina vivia infeliz e maltratada pela madrasta numa casa perto da floresta. O pai viúvo, em segundo casamento, não conseguia proteger a filha da malvadez da mulher. Em pleno Inverno lituano, inóspito e rigoroso, a menina foi enviada para a floresta pela madrasta, com a obrigação de só voltar na posse da ŽIBUTĖ. Descalça, mal agasalhada, a menina poucas hipóteses tinha de sobreviver. Tudo estava coberto de neve e a espera da Primavera, seria fatal.
Não muito tempo depois, já na floresta, ela foi atraída por uma luz brilhante que avançava de uma pequena clareira, rodeada por esguios pinheiros vestidos de branco. Jamais tinha visto tão bela alvura. Ao redor de uma fogueira, doze homens velhos, conversavam. Ao verem chegar a menina, logo a acolheram carinhosamente. Aquecendo-a, perguntaram as razões de estar ali assim (mal) vestida e aquela hora. Depois da explicação recebida, apresentaram-se: eram os Meses do ano e logo se ofereceram para resolver a situação…
No dia seguinte, em 24 horas, fizeram passar naquele cantinho da floresta, todos os meses do ano e respectivas Estacões. Cada um, na sequência devida e evocando deuses pagãos, ia fazendo desfiar o tempo com todas as suas coisas boas e más. O Março e o Abril, foram os mais esforçados… Era necessário uma Primavera perfeita para a ŽIBUTĖ florescer. Em poucos minutos, ao redor da fogueira a neve derreteu e despontaram montes e montes daquela flor. Ajudada pelos Meses da Primavera, ŽIBUTĖ, assim passou a ser chamada a menina, colheu um enorme ramo que levou à madrasta, cumprindo a tarefa impossível e ultrapassando uma condenação à morte na floresta gelada.
A ŽIBUTĖ é a flor que anuncia a Primavera e constitui também o símbolo da Páscoa, aqui na Lituânia. Hoje, ofereceram-me um ramo, que simbolicamente coloquei na janela…


NOTA: A história que aqui conto foi-me contada por quem carinhosamente me ofereceu as flores… despreocupadamente, acreditando eu que sendo tão popular, ela própria desconhece o autor. No entanto, um Senhor ou Senhora anónimo(a) acusou-me de plágio, referenciando o seu autor - Samuil Yakovlevich Marshak (http://en.wikipedia.org/wiki/Samuil_Marshak).
Aqui fica portanto a sua preciosa contribuição.

fotografias: Nuno Guimarães

6 comentários:

lua prateada disse...

Adorei a história e, fiquei a saber mais alguma coisa de simbólico sobre a Páscoa...
Passei para deixar o desejo de uma Páscoa Feliz e, que o sangue que o Nosso Jesus derramou para nos salvar NUNCA seja em vão que saibamos todos reconhecê-lo como nosso SALVADOR !....
Beijinho com carinho.

SOL

guvidu disse...

a flor é linda, deverias poetar com a sua presença tão inspiradora, até pk a história remete-nos para o significado profundo de que tudo é possível para um coração puro, ou seja, "enquanto há vida, há esperança" (como iz o ditao popular).

_Sentido!... disse...

:))) lindo! Bj.

Anónimo disse...

Isto é o plágio de "Doze Meses"(1943) escrito por escritor e poeta russo/judeu Samuil Yakovlevich Marshak.

http://en.wikipedia.org/wiki/Samuil_Marshak

Nuno G. disse...

Caro Sr. Anónimo,

Mais uma vez agradeço a sua colaboração, lamentando somente que não possa identificar-se pois pelos conhecimentos evidenciados poderia vir a ser uma enorme mais valia para este humilde blog que pretende dar a conhecer alguns aspectos da vida na Lituânia vivida por quem já cá está há mais de cinco anos.

Neste caso penso que estará feliz por ter encontrado um plágio. Posso informá-lo que esta é uma história daquelas que toma dimensão nacional tornando-se tão popular que o autor acaba por perder protagonismo. A história que aqui conto foi-me contada por quem carinhosamente me ofereceu as flores… despreocupadamente, acreditando eu que sendo tão popular, ela própria desconhece o autor.

No entanto e porque me parece que a sua contribuição é muito positiva, irei referenciar a sua indicação no respectivo “post”.

Por fim, sugiro mesmo que crie um blog sobre a Lituânia, e possa divulgar com a correcção que tanto o preocupa toda a informação sobre este magnífico país. Penso no entanto que deverá manter o anonimato pois assim ficará salvaguardado de alguma imprecisão que possa sem querer vir a cometer.

Anónimo disse...

Caro Nuno,

E muito lindo que voce gosta de Lituania e ate criou um blog dedicado para este pais. Mas tambem e importante divulgar informacao correcta. Uma coisa e suas opinioes e impressoes e outra- factos historicos...
Talvez eu exagerei um bocado com o plagio (tenho certeza que nao foi esta intencao), mas voce apresentou esta historia como fosse sua. Peco desculpas se ficou ofendido... Errar e humano ;)
PS. vi que voce nao gosta do meu "anonimato", mas eu gosto da minha privacidade ;)

visitando a lituania.com...